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Blog para divulgação de artigos e textos jornalísticos que transgridam o conceito do jornalismo online.

Thursday, December 06, 2007

Petrobras sofre o maior golpe baixo da história

Dr. Eráclito Manforte Faivinguer

O que pareceu à diretoria da Petrobras e à mídia um gesto que, no máximo, beira o obsceno e o pitoresco, foi na verdade um dos maiores golpes baixos já sofridos pela estatal desde a sua criação: contrariados pela falta de equiparação de proventos ao salário do pessoal na ativa, aposentados despiram-se de suas vergonhas em plena Praça dos Três Poderes. Não bastasse essa ter sido a segunda vez em que tal afronta acontece, desta vez os fotógrafos flagraram-lhes muito além dos fundilhos das calças, revelando a prova, somatizada literalmente no tecido social, das diferenças gritantes de equiparação salarial.

A correlação somatizada entre a companhia, funcionários e aposentados levantam muito mais dúvidas que as relacionadas a cálculos atuariais e política de cargos e salários. Uma empresa que é reconhecida mundialmente pela capacidade extraordinária de furar poços de petróleo em águas profundas, foi ridicularizada pela extensão da sondagem dos mais promissores representantes perante a quimera requerida em praça pública. Este fato, aliás, já preocupa investidores sobre o impacto que haverá nas ações da companhia. Para debater o tema, será apresentado na Bolsa de Nova York, na próxima semana a palestra: a fertilidade do mercado de capitais face à crise de crédito subprime, promovido pela consultoria Increase Plemis.

Como essa companhia pode manter o mercado de capitais satisfeito se na semana passada a Petrobras informou que será preciso importar uréia para a produção nacional de diesel com menor índice de emissão de poluentes? Não há suficiente uréia num país continental como o Brasil, onde impera o calor e a cultura cervejeira?

Quiçá nem a descoberta do megacampo petrolífero Tupi, na bacia de Santos, apazigúe os ânimos. É que a extração de seu conteúdo só será plausível em 10 anos, apesar do grande desejo de extraí-lo amanhã. No máximo, depois do almoço. A maioria dos problemas urológicos, de executivos que dioturnamente me procuram, é a distância entre a vontade de potência e a potência plausível. Muitos que apresentam todas as condições de alcançar bons desempenhos, no entanto, não conseguem deixar fluir essa emoção ou são tolhidos por camadas de pré-sal psicológico. É como se todo esse conteúdo de Tupi deixasse de fluir, num longo e, por que não, tortuoso processo tântrico de ser só a quimera de potência, do que há a jorrar. Por isso, como representante da ONG da Universidade Livre de Palo Alto, em cujos campi me Phdei na multidisciplinar ciência da disfunção erétil psicosocial, envio meus argumentos ao escrutínio público.

DR. Manforte Faivinguer é urulogista, 69 anos, PhD em problemas de ereção psicosocial pela Universidade Livre de Palo Alto, autor do livro “Extraindo energia na contemporaniedade”, pela editora Decor.

Wednesday, December 05, 2007

Família Simpsons em: Revelações. “versão brasileira, BKS”

Sentado em seu sofá confortável, Evaristo Polis divide sua atenção entre a que considera a melhor revista e o seu telejornal predileto. Não que ele veja as duas coisas ao mesmo tempo. Não, definitivamente. Espera o início de cada comercial na tevê para continuar folhando sua revista, saboreando fotos, verbos e, principalmente, adjetivos. Quantos adjetivos! Passa os olhos pelos comerciais. Aliás, ele teme os comerciais. Há algum tempo, era possível passar os olhos pelas palavras, ou escuta-las, sem o atropelo dos comerciais. Mas ultimamente, até o jornal, o qual ele assina há anos, vem cercando os textos pelas beiradas, deixando a notícia como se fosse parte do comercial das Casas Sergipe! E na TV.... Até a TV Costura encurtou a programação para os comerciais.

Mas, ao som da vinheta acalentadora, que estimula a alma ávida por “in”-formação, assim como desejava a igreja chamar a atenção dos fiéis com seus sinos, ele volta o olhar para a tela de plasma, recebendo informações novas e emocionantes. Desde a invasão americana no Iraque, comprara um “home theater”, para ouvir os tiros, os zunidos dos aviões e bombas, as pás dos helicópteros cortando nos céus a vitória triunfante no teatro inimigo. “Gosto desse desse tom de voz... desse ritmo, parece um filme. Sente o gesso do teto tremendo com esse barulho dos aviões... Nossa Senhora!”, balbucia, em meio ao som alto da TV, para sua mulher, Cida D’Ann Polis. Mas com o som alto da TV, parecia mesmo que Polis apenas mexia os lábios, frente ao ronco os motores em uma matéria sobre a F-1.

“Esqueceu que esse aí ó. Sim, esse aí ó... Ele falou uma vez, dona Clara é que me falou... disse sim. Sabe a Dona Clara, num sabe? A cunhada da filha da Márcia, amiga da Fernanda, que veio aqui ontem;;;; Ah, não se faça de besta! Então, ela disse que esse aí faz o jornal pensando em você como se fosse o Homer Simpnson”, sorri Cida, cuja maior preocupação era não perder o início da novela.

Enquanto o Sr. Polis fazia cara de lesado, por um momento o som da TV desapareceu por um problema técnico, desses momentâneos. Eis então, que um som de taquara rachada, preenche a sala; “O que é isso?”, aterroriza-se Cida. “Sua filha... Ela não te contou que agora está aprendendo saxofone?”. E, assim, Polis não se faz de rogado.